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  • Foto do escritorFelipe Matias do Vale

O lobo e a técnica SMART



Gosto de brincar e comparar a história do lobo solitário com a nossa profissão de advogar, principalmente quando lidamos com o advogado que trabalha sozinho.

   Convido você meu leitor a pensar a seguinte maneira, imagine um lobo que vagueia solitário por uma floresta, ao longe ele consegue ouvir e enxergar outros tantos lobos dentro de inúmeras alcateias, com suas respectivas caças, e cada um realizando uma função específica.

   Nesses grupos alguns lobos caçam, se arriscam para trazer o alimento para todos, outros por sua vez, ficam responsáveis por realizar a divisão do alimento, algum fica responsável por cuidar dos mais novos, outros já garantem a segurança do grupo.

   Tudo aparentemente funciona de maneira mais simples e clara, funções especificadas, cada um faz o que é incumbido e no final todos estão de barriga cheia.

   Por sua vez o lobo solitário, coitado, é responsável por sair para caçar, se alimentar, defender o seu território, manter o seu alimento em segurança, e ficar atento para não ter sua vida em risco ao ser atacado por outro grupo.

   Muito trabalho realizado por um único indivíduo e, para conseguir viver a cada dia, o lobo solitário necessariamente deve saber agir e lidar com cada situação que se apresente a ele, a hora de caçar, como manter o seu alimento, como cuidar do seu território e para alcançar a sobrevivência e prosperar ele precisa de objetivos (caçar, aumentar o território, conseguir novos membros para o seu grupo).

   Porem no decorrer do caminho o lobo solitário pode se frustrar, mesmo usando de estratégia e planejamento, as vezes a caçada não ocorre como o esperado.

    Mas possuindo planejamento e estratégia de caça, aprendendo com o que não deu certo e modificando para a próxima caçada e, sempre fazendo essas ações uma hora ele terá êxito, não se trata de desistir e morrer de fome, essa não é uma opção para o lobo solitário, ele se prepara para a próxima caçada com a certeza que fará o melhor e conseguirá se alimentar.

   Mas no caminho, muitos lobos solitários optam por desistir se juntar a outra alcateia ou esperar a morte chegar, desistindo assim daquele sonho de viver a liberdade.

   E isso também ocorre na advocacia, imagine que o lobo solitário seja o advogado que trabalha sozinho, assim como o lobo, deve esse profissional se dedicar a inúmeras atividades, algumas prazerosas outras nem tanto, mas todas essas à suas maneiras possuem a sua importância.

   Deve também ter conhecimento das dificuldades inerentes a agir sozinho, ou seja, as horas dedicadas soluções processuais, mais um bocado de horas dedicadas a, audiências e captação de clientes, e alguns finais de semana realizando a administração do seu negócio, a advocacia.

   Não são raros os relatos que ouvimos de colegas da profissão que decidem abdicar da advocacia, pois os “contratempos” são inúmeros, a dificuldade de captar e receber dos clientes, os processos que são eternos e demandam mais tempo e esforço do que foi pago a título de honorários, a gestão e administração do seu escritório e por aí vai.

   Nesse sentido destaco que, o advogado que trabalha sozinho, além das funções jurídicas que sabemos também é o gestor administrativo da "empresa" escritório de advocacia, logo se faz necessário que esse tenha atitudes de um gestor, estabelecendo objetivos, metas para serem alcançadas, sem três palavras que levo comigo sempre, "objetivos, trabalho e revisão".

   Nesse ponto em especial vejo o calcanhar de Aquiles de muitos, além das dificuldades inerentes a advocacia por si só, vejo advogados que agem sem estratégia e planejamento, uma falha extremamente grave, pois até o lobo solitário se planeja, para caçar, possui uma estratégia para abater sua caça, sabe realizar a gestão do que conseguiu, se organiza para manter aquele área de caçada.

   Com o advogado não é muito diferente, ele deve agir com planejamento, com estratégia e objetivos para atingir, fazendo sempre modificações necessária para alcançar o que foi especificado, por isso as 3 palavras, traçar OBJETIVOS, TRABALHAR por eles, e sempre REVISAR para saber como estou perante o que almejo.

   Para isso faço uso da técnica SMART para estabelecer meus objetivos, uma técnica muito simples, mas com um potencial gigantesco para o desenvolvimento da advocacia.

  • ESPECÍFICA --> Estabelecer um ponto específico, ou seja, algo que possa ser vislumbrado, no caso do lobo caçar um bisão.

  • MENSURÁVEL --> Diz respeito a quantidade, a números, para o lobo, 1 bisão seria suficiente.

  • ALCANÇÁVEL --> Nesse ponto deve-se ser realista e estabelecer algo que seja audacioso, que realmente necessite de esforço para alcançar, mas que não seja impossível, para o lobo seria muito fácil atacar um filhote de coelho, mas a recompensa seria muito menor do que abater um bisão.

  • RELEVANTE --> O objetivo deve ser de fato relevante, deve ser algo que te faça levantar todos os dias e correr atrás dele, para o lobo conseguir caçar um bisão garantirá a sua sobrevivência.

  • TEMPO --> Deve-se estabelecer um prazo uma data final para aquela situação, até o dia tal, do mês tal do ano tal, é o meu prazo para alcançar esse objetivo. Para o lobo o prazo médio que ele consegue ficar sem alimento é de 4 dias, ou seja 4 dias após um abate ele tem que conseguir o próximo para não ter fome.

   O uso da técnica SMART facilita muito a vida do advogado, para que esse possa agir com metas e sabendo o caminho que deve seguir, podendo a partir de suas metas traçar estratégias e planos para alcançar os seus objetivos e crescer na advocacia.

   Mas lembre-se sempre os objetivos podem ser modificados ao longo do tempo, por isso é sempre bom realizar a revisão destes a medida que for trabalhando, para melhor harmonizá-lo a sua realidade e ao que esteja fazendo.

   E você meu leitor o que achou, da técnica SMART, já havia ouvido a respeito dela? Deixe sua opinião e, caso já faça uso conte o quanto esta técnica pode lhe ajudar.

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